25/06/2013

No sertão é assim: Ei! Eu votei em você agora quero o meu emprego. Está bem! Agora só não sei quanto tu vai ganhar e nem quando vai receber. Tá Certo? Beleza!

Onde estão às pessoas de vergonha na cara deste país e que futuro estamos garantindo para nossos filhos?

Quem já não ouviu a história de um “famoso deputado” que no inicio da década de 90 só andava de helicóptero e distribuía dinheiro igual a Silvio Santos aqui no sertão, mas que seu baú não era o da felicidade, mas o baú dos cofres públicos, do qual o povo se fazendo de cego não enxergava que a esmola que recebida em troca do voto era tirado do seu próprio patrimônio, afinal, desde quando com um salário de 12 mil reias se compra um helicóptero e se distribui dinheiro igual a banco liberando empréstimos?

Mas nesse tempo predominava o voto do medo pela ameaça dos “coronéis da época”, ou seja, pelo famoso voto de cabresto, mas alguns anos depois o povo "liberto do coronelismo" infelizmente se acostumou a se vender e hoje não é muito diferente não, as coisas apenas se modernizaram, ao invés da esmola dada em troca do voto e das ameaças, hoje reina absoluto a “troca de favores”, isso porque somente a compra direta do voto e as ameaças já não surtem o efeito esperado, quando a vigarice ocorre somente durante o período eleitoral o político precisa ir além da malandragem e carimbar de vez seu passaporte de corrupto, primeiro tem que “vender a alma” a seus superiores, que no caso dos vereadores seria o prefeito e assim garantir a empregabilidade daqueles seus eleitores que comprometeram todos os votos da família por um emprego, mesmo não sabendo quanto iriam ganhar e com quantos meses iriam receber seu primeiro salário, ou melhor, seu primeiro ¼ de salário que em alguns casos não chega a 200,00 reais/mês, ou seria por dois meses, ou por três, há! Sei lá; para essa gente o que vale é está empregado no governo. Grande coisa! Quem gosta de escravidão é coronel. Mas antes, essas pessoas optassem por fazer trabalho voluntário em alguma ONG ou instituição de caridade, pois pelo menos teriam a certeza que não seriam remunerados, mas ganhariam muito mais em valorização, respeito e admiração pelos seus serviços prestados.

Pois bem, entra governo e sai governo e o sertão permanece do mesmo jeito, haja emprego para tanta gente, a coisa é tão absurda que existe escola na zona rural que tem mais funcionários que alunos na maioria dos municípios sertanejos, e acredite! Todos indicados pelo mesmo vereador. Certa vez cheguei numa dessas escolas para uma reunião e na entrada tinha tanta gente que pensei que a reunião já tinha começado ali mesmo na entrada da escola, mas me enganei, eram todos funcionários entre vigias e coordenadores de disciplina. 

É gente! mas este é apenas um exemplo de tantos votos em troca de emprego. Agora me digam: Como prefeituras que sobrevivem inteiramente dos repasses do Governo Federal podem empregar tanta gente?

Se vocês não sabem, eu sei, exatamente do jeito que está, afinal, sem pagar a maioria do pessoal contratado e pagando uma miséria a outra boa parte, tudo é possível. Agora cá pra nós, não é o fato da prefeitura não pagar aos contratados que me revolta, afinal sempre foi assim, o que revolta é o fato desse pessoal se submeter a esta humilhação, de compactuar com a essa situação absurda que há décadas tem feito dos pequenos municípios escada para o enriquecimento ilícito de poucos e a desgraça da maioria, que se continuar como está viverá o resto da vida e nunca verá sua cidade desenvolver, nunca verá seu município sair da lama em que a politicagem nojenta atolou a vergonha na cara de tantos eleitores.

Finalizo por aqui deixando um pequeno recado aos críticos que não gostaram deste artigo, saibam que este texto não é político partidário, que se dan... os que pensam em partidarismo eu quero é o bem do meu país, dos meus amigos que vi um a um ir embora da sua terra natal porque a politicagem os expulsou não dando oportunidade para que eles fizessem suas vidas ao lado da família, dos humildes que mendigam as migalhas do político porque assim foram acostumados e porque perderam a esperança de eleger um governante que seja diferente de tantos e tantos que passaram pelo poder, e acima de tudo, da minha filha, que em meio a tudo isso, cresce sem pesperctiva de um futuro promissor aqui no sertão, onde infelizmente a maioria do povo, como já dizia Gandhi “vive apenas o presente, esquece do futuro e vive como se nunca fosse morrer e morrem como se nunca tivessem vivido”.

José Marcio Rdodrigues Martins
Graduando em Matemática pela UFAL -  Universidade
Federal de Alagoas, Blogueiro, radialista, ex-conselheiro 
tutelar, palestrante, funcionário público efetivo 
 da Prefeitura Municipal de Canapi e jornalista  
filiado a  ABJ - Associação Brasileira dos jornalistas (nº Ass. 2005).

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