Onde estão às pessoas de
vergonha na cara deste país e que futuro estamos garantindo para nossos
filhos?
Quem já não ouviu a história de um “famoso deputado” que no inicio da década de 90 só andava de
helicóptero e distribuía dinheiro igual a
Silvio Santos aqui no sertão, mas que seu baú não era o da felicidade, mas o baú dos cofres
públicos, do qual o povo se fazendo de cego não enxergava que a esmola que
recebida em troca do voto era tirado do seu próprio patrimônio, afinal, desde
quando com um salário de 12 mil reias se compra um helicóptero e se distribui dinheiro
igual a banco liberando empréstimos?
Mas nesse tempo predominava o voto do medo pela ameaça dos “coronéis da época”, ou seja, pelo famoso voto
de cabresto, mas alguns anos depois o povo "liberto do coronelismo" infelizmente se acostumou a se vender e hoje não é muito diferente
não, as coisas apenas se modernizaram, ao invés da esmola dada em troca do voto
e das ameaças, hoje reina absoluto a “troca de favores”, isso porque somente a
compra direta do voto e as ameaças já não surtem o efeito esperado, quando a
vigarice ocorre somente durante o período eleitoral o político precisa ir além
da malandragem e carimbar de vez seu passaporte de corrupto, primeiro tem que
“vender a alma” a seus superiores, que no caso dos vereadores seria o prefeito
e assim garantir a empregabilidade daqueles seus eleitores que comprometeram
todos os votos da família por um emprego, mesmo não sabendo quanto iriam ganhar
e com quantos meses iriam receber seu primeiro salário, ou melhor, seu primeiro
¼ de salário que em alguns casos não chega a 200,00 reais/mês, ou seria por
dois meses, ou por três, há! Sei lá; para essa gente o que vale é está empregado
no governo. Grande coisa! Quem gosta de escravidão é coronel.
Mas antes, essas pessoas optassem por fazer trabalho voluntário em alguma ONG
ou instituição de caridade, pois pelo menos teriam a certeza que não seriam
remunerados, mas ganhariam muito mais em valorização, respeito e admiração
pelos seus serviços prestados.
Pois bem, entra governo e
sai governo e o sertão permanece do mesmo jeito, haja emprego para tanta gente, a
coisa é tão absurda que existe escola na zona rural que tem mais funcionários que alunos na maioria dos municípios sertanejos,
e acredite! Todos indicados pelo mesmo vereador. Certa vez cheguei numa dessas
escolas para uma reunião e na entrada tinha tanta gente que pensei que a
reunião já tinha começado ali mesmo na entrada da escola, mas me enganei, eram
todos funcionários entre vigias e coordenadores de disciplina.
É gente! mas este é apenas
um exemplo de tantos votos em troca de emprego. Agora me digam: Como prefeituras que sobrevivem inteiramente dos repasses do Governo
Federal podem empregar tanta gente?
Se vocês não sabem, eu sei,
exatamente do jeito que está, afinal, sem pagar a maioria do pessoal contratado
e pagando uma miséria a outra boa parte, tudo é possível. Agora cá pra nós, não
é o fato da prefeitura não pagar aos contratados que me revolta,
afinal sempre foi assim, o que revolta é o fato desse pessoal se submeter a
esta humilhação, de compactuar com a essa situação absurda que há décadas tem
feito dos pequenos municípios escada para o enriquecimento ilícito de poucos e a
desgraça da maioria, que se continuar como está viverá o resto da vida
e nunca verá sua cidade desenvolver, nunca verá seu município sair da lama
em que a politicagem nojenta atolou a vergonha na cara de tantos eleitores.
Finalizo por aqui deixando
um pequeno recado aos críticos que não gostaram deste artigo, saibam que este texto
não é político partidário, que se dan... os que pensam em partidarismo eu quero
é o bem do meu país, dos meus amigos que vi um a um ir embora da sua terra natal porque
a politicagem os expulsou não dando oportunidade para que eles fizessem suas
vidas ao lado da família, dos humildes que
mendigam as migalhas do político porque assim foram acostumados e porque perderam
a esperança de eleger um governante que seja diferente de tantos e tantos que passaram pelo poder, e acima de tudo, da minha filha, que em meio a tudo isso,
cresce sem pesperctiva de um futuro promissor aqui no sertão, onde
infelizmente a maioria do povo, como já dizia Gandhi “vive apenas o
presente, esquece do futuro e vive como se nunca fosse morrer e morrem como se
nunca tivessem vivido”.
José Marcio Rdodrigues Martins
Graduando em Matemática pela UFAL - Universidade
Federal de Alagoas, Blogueiro, radialista, ex-conselheiro
tutelar, palestrante, funcionário público efetivo
da Prefeitura Municipal de Canapi e jornalista
filiado a ABJ - Associação Brasileira dos jornalistas (nº Ass. 2005).
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